Fui buscar no meu interior
E até hoje não encontrei
Fui na ideia do que eu ouvia
Ao contrário do que escutei
Alguns vivem me perguntando
Se o rap me dá dinheiro
Eu digo que nada ganho
Recebo o quanto mereço
Sistema, vestes de santo
Algemas, preso no pulso
Datena, vendendo sangue
Ibope de surdo e mudo
Trocaram nossa história
Europa criou formato
Gritaram independência
Primeiro, plano de assalto
Ao povo, desejo paz
Minhas linhas, prus mais reais
De novo, prus mais reais
Reforço, prus meus iguais
Panela dourada bate
Marmita vermelha cai
Trocaram as cores da fonte
E deixaram a favela em paz
Quem se assemelha, semeia a união
Quem é que corre, deixando os muleques são?
A falsa democracia é
Riqueza, sangue nas mãos
Roubando da sua alma
Alvejando seu coração
Direito sem saber o que é dever
Devendo sem saber o que é o direito do ser!
Colonizaram nossos sonhos
Ditaram nosso medos
Fizeram da sua vida um desespero
Vá, sua mão foi feita para construir!
Mas, o seu pé aqui foi feito pra resistir!
Frágil, fortalecendo os fracos
Questiono todos os fatos
Vivendo com a mente insana no ato
Há há
Seis tão dormindo?
Eu nunca vi vendendo malandragem em comprimido
Há há
Seis tão dormindo
Dispensa o jogo que a brisa é pesada
Falta coragem na hora marcada
Ascensão pura pras silenciadas
As minas subiram sem ajuda pra nada
Não fica calada
A letra foi lançada
Voz ecoada em cada quebrada!
Troco meu pente, fala contundente
Pra confundir tradição dessa gente
Quero respeito! Quero dinheiro!
Paz pro meu povo, o ano inteiro
Fruto do esquema
Esse é o nosso lema
Menor já bota a cara na cena
Psicológico fodido
Propensão a mais um bandido
Desculpa madame, mas não é por nada
Lavei tuas privadas com honra na cara
O corre não para!
Sistema me tara!
Alicia as coisas que ganhei na raça
Ventre da mãe hostil
Marcas roxas que a vida não viu
O game é composto de crime sem creme
Arranca a mordaça enquanto tu geme!
A dor que te despe o sorriso no frame
Desperta na rua o som da sirene
Only the strong survive
A dor, pai! Amenizai
Cash rules, há quem conduz
Fé pra quem vai. Força na luz
Ouvi em algum dia
Que eu nada seria
Além de uma simples diarista
Suor escorria, choro preferia
Não ser parte da estatística
Mulher de braço forte
Danço com a sorte que veste-me inteira
Luta, guerreira
Hasteia a bandeira
Minhas regras me fazem brilhar como estrela
Palita esses dentes pra falar de nós
Sistema é cruel mas nós somos feroz
Guerrilha armada sem pontos na voz
Navalha afiada desata os nós
Praperifa é nossa luta!
Nossa marcha, nossa conduta
E toda vitória não é acidente
Me traz outro drink
Um brinde pra gente!
Legitimamente
Das ruas correspondente
Insolente no trato
Tá aqui meu contrato
Sou livre, sou sobrevivente!
Quebrada ainda tô vivo
Não me dei por vencido
Voltei Soul hit Marginal
Que é proibido!
Os Bico tudo mordido
Ficaram de bico comigo
Stefano? Paga pau de bandido!
De frente pra peça monstro volta a ser menino
É quente! Nóis trabalhando!
E ceis ainda estão dormindo
Fulano e beltrano iludido!
Falando que eu tô fudido!
Se lembra Bro quem te mostrou o caminho sem a brita e sem cachimbo?
Novamente eu pergunto a você
Se teu rap é forte
Por que tua alma tá pobre?
Então Foda-se seu hit
Foda-se seu kit
Lembro do tempo que isso aqui não era moda!
Bate cabeça, roda!
Calça folgada é foda!
Os bico treme ainda se choca se incomoda
rap de Marginal!
Que chega gingando
Até os cop passando mal!
O Fundamental é ter contexto nas ideias
Real até o final sem preocupa com plateia
Lembrança
Fumaça, e fogueira na praça
Quermesse no jet com a rapa
Quentão!
E Ndee naldinho no refrão
Há há
Seis tão dormindo?
Eu nunca vi vendendo malandragem em comprimido
Há há
Seis tão dormindo
Varei de ouvido a ouvido!
Honrando o caminho escrito!
Mas!
Vocês ainda estão dormindo!